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Do Sputnik à Internet via Satélite: Uma Jornada Espacial

A internet via satélite é uma realidade contemporânea, capaz de proporcionar a sensação de modernidade encontrada nos grandes centros urbanos, mas com aplicações igualmente importantes em locais remotos. Essa opção, essencial para manter contato, realizar trabalhos e até mesmo solicitar auxílio, é um desenvolvimento relativamente recente, fruto de um trabalho que teve início alguns anos após o término da Segunda Guerra Mundial.




No dia 4 de outubro de 1957, em pleno auge da Guerra Fria, a União Soviética alcançou um feito histórico ao lançar o primeiro satélite artificial ao espaço, batizado de Sputnik. Esse marco notável não apenas o tornou o primeiro objeto humano a orbitar a Terra, mas também sinalizou o início da corrida espacial entre a União Soviética e os Estados Unidos.


O Sputnik, ao contrário dos modernos satélites, era uma esfera metálica de 83 quilos, dotada de não mais que antenas de rádio. Embora rudimentar e desprovido de painéis solares para geração de energia, o Sputnik completava uma volta ao redor da Terra a cada 58 minutos. Sua única função era enviar ondas sonoras, contribuindo para a intensificação da competição espacial entre as duas superpotências da época. Já imaginou o impacto desse modesto dispositivo esférico, lançado há mais de seis décadas, no nosso mundo e na forma como nos conectamos?





Telstar-1: A Revolução da Comunicação pelos Céus

Entrando na era espacial com uma competição acirrada, os anos seguintes nos brindaram com os primeiros satélites dedicados à comunicação. E, então, em 1961, surgiu o Telstar-1, um divisor de águas que se tornou o primeiro modelo comercial capaz de enviar sinais de TV para pessoas ao redor do globo, além de possibilitar ligações telefônicas transatlânticas. Podemos considerar o Telstar-1 como a segunda grande da transformação dos satélites, pois não se limitava mais ao âmbito militar, abrindo portas para ser uma solução eficaz em áreas remotas, onde os tradicionais fios de telefone simplesmente não alcançavam. Parece incrível que, enquanto o Telstar-1 pavimentava o caminho para a comunicação global, a primeira ligação celular sem fios só aconteceria mais de uma década depois, em 1973, com a telefonia móvel tornando-se uma realidade para as pessoas só em 1983, e, no Brasil, em dezembro de 1990.


Comparado ao Sputnik, o Telstar-1 era mais leve, pesando 77 quilos, e apresentava uma característica inovadora: suas 3.600 células fotovoltaicas distribuídas em seu formato redondo geravam energia para suas antenas. Em sua missão de pouco mais de sete meses, o Telstar-1 desempenhou um papel crucial, repetindo ondas captadas entre os Estados Unidos e a Europa, levando consigo sinais de TV transatlânticos.


Os anos 1970 trouxeram mais avanços com satélites dedicados à meteorologia, introduzindo modelos como o TIROS-1 e o Landsat, que não se restrigiam à observação em tempo real para a mitigação de desastres, como evacuações em rotas de furacões, como ainda inauguravam o uso de modelos matemáticos para prever o tempo. São essas inovações que mudaram a forma como entendemos e nos preparamos para eventos meteorológicos hoje em dia.




Nos anos 1980 chega o GPS

Nos anos 1980, entra em cena o GPS, marcando uma nova década de inovação. Pela primeira vez, surgem os satélites de GPS e navegação, inicialmente desenvolvidos para fins militares nos Estados Unidos e, posteriormente, abertos para qualquer dispositivo compatível, como seu celular. Essa novidade trouxe consigo a capacidade de rastrear precisamente a posição, transformando a forma como nos orientamos no mundo.


O GPS, originário dos Estados Unidos, logo viu outros países e regiões desenvolverem suas próprias soluções. Destacam-se o GLONASS da Rússia, o Galileo da União Europeia, o BeiDou da China, o IRNSS da Índia e o QZSS do Japão. Essa rede global não viabilizou somente o uso de aplicativos como o Waze, aquele que você usa na navegação em seu celular ou carro, mas também se revelou bastante relevante para que navios e aviões pudessem determinar exatamente sua localização, eliminando a dependência de profissionais especializados ou instrumentos antiquados.


Já a virada para os anos 2000 veio com a mais recente transição: a internet via satélite. Nessa etapa, vemos avanços nas primeiras incursões da comunicação do século passado, mas agora com uma considerável ampliação na capacidade de transmissão de dados. Não se trata apenas do envio de mensagens simples de texto, mas sim de permitir o mesmo acesso à web que desfrutamos nas cidades, onde a infraestrutura cabeada atende a essa necessidade.




Em números já é fácil superar os 100 Mbps via satélite em qualquer lugar onde uma tomada (ou placa solar) possa alimentar a antena e o roteador, para receber tudo isso com baixa latência e permitindo chamadas de vídeo de alta resolução, jogos online, streaming de filmes em 4K e tudo mais que até então exigiria conexão por fibra para ser viável.


Cada fase dessa evolução revela avanços significativos em tecnologia e aplicação, destacando como os satélites se tornaram ferramentas indispensáveis em vários aspectos da vida moderna, desde as comunicações até a exploração espacial. Diante dessa jornada impressionante, você já parou para imaginar o que os próximos capítulos reservam para a influência dos satélites em nosso cotidiano?


O seu celular trabalhar não somente com torres da operadora, mas também com o satélite já é uma realidade para mensagens de socorro. Em poucos anos não somente este cenário será possível, mas imagine que não existirá mais estrada em qualquer lugar do planeta onde o smartphone fique sem sinal para continuar escutando música via streaming, navegando no mapa com dados de trânsito em tempo real ou mesmo utilizando o aparelho para enviar internet até o notebook, para que o home office aconteça mesmo a centenas de quilômetros da cidade mais próxima.



Fonte: Canaltech

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