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Brechas de segurança e negligência de funcionários preocupam empresas do Brasil



A maior dor de cabeça para as corporações de todo o mundo, hoje, é um vazamento de dados. E quando se fala em exposições desse tipo, dois fatores primordiais caminham lado a lado e concentram as preocupações dos executivos, com a dificuldade em corrigir falhas de segurança nos sistemas e a possível negligência de seus funcionários sendo citados como os fatores de maior temor para as companhias do Brasil.


As conclusões aparecem em um relatório da empresa de cibersegurança Kaspersky, que colocou a exposição de informações como o principal risco corporativo da atualidade. Segundo o estudo, 50% das empresas, desde as grandes organizações até PMEs, indicam que mitigar tais riscos e impedir vazamentos são os aspectos mais desafiadores da proteção digital no momento atual.


Dessa percepção decorrem duas outras conclusões. Para 27,5% dos entrevistados, o maior desafio é lidar com ciberataques que exploram brechas de segurança conhecidas, enquanto a preocupação com a negligência de funcionários aparece em um segundo lugar. Esse aspecto registrou 20,6% das respostas, acima de outros fatores importantes como a identificação de portas abertas nos próprios sistemas ou incidentes na nuvem de terceiros, com 18,1% e 15,6% das respostas.


Como forma de mitigar os riscos, por outro lado, muitas organizações já estão adotando diferentes medidas. Enquanto a preocupação com os custos envolvidos em uma operação de segurança inadequada aparece como preocupação para 43,1%, um número próximo, 36,2%, já pensa no outro lado, nas perdas de produtividade e danos à marca em caso de um ataque que interrompa as operações.


Pesquisa da Kaspersky demonstrou as maiores preocupações das empresas com tecnologia; custos, negligência de funcionários e falhas de segurança foram fatores mais citados (Imagem: Divulgação/Kaspersky)



Esse aspecto também demonstra, para a Kaspersky, certo descompasso entre o conhecido dos ataques e o estrago que eles são capazes de realizar. “É um erro pensar que esses [golpes] são supercomplexos; na verdade, eles começam com um e-mail falso, anexo malicioso ou senha fraca. A única diferença é a publicidade que os grupos de ransomware estão usando para forçar as organizações a aceitar a extorsão”, explica Roberto Rebouças, gerente-executivo da Kaspersky no Brasil.


Entretanto, tal temor também levou a um aumento na busca por clareza do ponto de vista da segurança. Para 96,3% dos entrevistados, a falta de transparência é um motivo que define se a empresa vai fazer ou não negócios com um fornecedor, enquanto 85% das organizações do território já possuem políticas desse tipo. Para 91,9% das companhias, ainda, há disponibilidade de investimento para ampliar tais programas no futuro próximo.


A aprovação de legislações regionais alavanca esse processo. “No Brasil, temos um facilitador que é a Lei Geral de Proteção de Dados, que exige esse cuidado com as informações coletadas, armazenadas e processadas”, avalia Rebouças. Ele, entretanto, aponta outro motivo para o aumento da preocupação com esse aspecto: “Pela experiência recente, vimos que o impacto na reputação das marcas que viraram notícias nos últimos dois anos foi o real motivador dessa tendência.”


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